19 junho 2009

Castelo Novo, por José Saramago

Em Castelo Novo
Junho 18, 2009 by José Saramago
Há mais de 30 anos escrevi:
Castelo Novo é uma das mais comovedoras lembranças do viajante. Talvez um dia volte, talvez não volte nunca, talvez até evite voltar, apenas porque há experiências que não se repetem. Como Alpedrinha, está Castelo Novo construído na falda do monte. Daí para cima, cortando a direito, chegar-se-ia ao ponto mais alto da Gardunha. O viajante não tornará a falar da hora, da luz, da atmosfera húmida. Pede apenas que nada disto seja esquecido enquanto pelas íngremes ruas sobe, entre as rústicas casas, e outras que são palácios, como este, seiscentista, com o seu alpendre, a sua varanda de canto, o arco profundo de acesso aos baixos, é difícil encontrar construção mais harmoniosa. Fiquem pois a luz e a hora, aí paradas no tempo e no céu, que o viajante vai ver Castelo Novo.
Também escrevi sobre pessoas concretas há trinta anos:
A uma velhinha que à sua porta aparece, pergunta o viajante onde fica a Lagariça. É surda a velhinha, mas percebe se lhe falarem alto e puder olhar de frente. Quando entendeu a pergunta, sorriu, e o viajante ficou deslumbrado, porque os dentes dela são postiços, e contudo o sorriso é tão verdadeiro, e tão contente de sorrir, que dá vontade de a abraçar e pedir-lhe que sorria outra vez.
De José Pereira Duarte, uma das pessoas mais bondosas que conheci na minha vida escrevi que olha o viajante como quem mira um amigo que já ali não aparecesse há muitos anos, e toda a sua pena, diz, é que a mulher esteja doente, de cama: «Senão gostava que estivesse um bocadinho em minha casa.»
Hoje estivemos com a filha e o genro de José Pereira Duarte, a velhinha já não está, mas outras pessoas amáveis apareceram em Castelo Novo e voltei a sair com o mesmo espírito de há trinta anos. Se o elefante Salomão por aqui passou, as pessoas que compunham a comitiva terão sentido o mesmo. Acolhimentos como estes não se improvisam.

06 junho 2009

A Rota da Cereja


A época de 2008/09 está a chegar ao fim e temos de comemorar em cheio.

Assim depois da ida a Montejunto, a 24 de Maio (domingo), teremos uma caminhada de fim de semana, 20-21 de Junho.
Será um programa diversificado para todos os gostos:

20 de Junho (Sábado)
Encontro às 13 horas para almoço em Castelo Novo, no Restaurante O Lagarto – Largo D. Manuel I, nº1, primeiro largo à entrada da aldeia [40° 4'38.91"N 7°29'38.72"W]


À tarde começmos a visita guiada pela vila de Alpedrinha e depois voltamos a Castelo Novo, terminando a visita com um pequeno beberete na Casa da Lagariça,.
Jantar no Fundão, restaurante O Boguinhas.
Alojamento em hotéis da zona que já contactámos.
Nota importante: A marcação do alojamento será por conta de cada participante.No entanto, informamos que existe um acordo com o Hotel Samassa, no Fundão, para quem se identificar como pertencendo ao grupo Sempre a Descer.
Contactos: Tel +351 275 779 930 - Fax +351 275 751 809
Preços especiais para o grupo:
Quarto single – Alojamento e pequeno almoço: 30 €
Quarto duplo – Alojamento e pequeno almoço: 45 €
Quarto triplo – Alojamento e pequeno almoço: 55 €

21 de Junho (Domingo)
9,00 h, concentração em Alcongosta, junto à Capela de S. Sebastião,
Caminhada pelo percurso pedestre PR1 - Rota da Cereja, à volta de Alcongosta, com 9,9 km, e duração estimada de 3 horas. Andaremos entre as cotas 607 m/ 889m.
Depois será o tempo de recuperar com o almoço, no Pipo, em Souto da Casa, e à tarde regresso a casa.

Fotos de José Gaspar e António José Paulino

Inscrições:
Pode inscrever-se para os dois dias de actividades, ou só para um, com ou sem refeições, para:
Alice Gaspar
e-mail: alice.gaspar@edp.pt
telem.: 93 410 7513



Lisboa (Campo Grande) -> Castelo Novo, 249 km, 2h 13 m

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